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A hepatite B representa um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
Para você ter uma ideia, estima-se que quase 1 milhão de pessoas vivam com a doença no país e, destas, 700 mil ainda não foram diagnosticadas.1
Entretanto, há um trabalho ativo do Ministério da Saúde para garantir que cada vez mais pessoas tenham acesso ao tratamento, com o objetivo de evitar piores cenários e permitir que as pessoas, mesmo infectadas, tenham uma boa qualidade de vida.
Com o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), o objetivo é que aumente o número de candidatos com indicação para tratamento, garantindo acesso aos medicamentos logo após diagnóstico laboratorial.
Dessa forma, é possível quebrar a cadeia de transmissão e evitar casos mais graves ou, até mesmo, óbitos.1
Considerando a seriedade da doença, quanto mais informações as pessoas tiverem, maiores são as chances de conscientização e de prevenção.
Quer saber mais sobre como ocorre a transmissão da hepatite B, como funciona e tratamento e quais são os principais sintomas? Então, continue a leitura!
A hepatite viral B é causada por um vírus pertencente à família Hepadnaviridae. É uma doença infecciosa que agride o fígado, sendo causada pelo vírus B da hepatite (HBV).1,2
O HBV está presente no sangue e secreções, e a hepatite B é também classificada como uma infecção sexualmente transmissível.
Inicialmente, ocorre uma infecção aguda e, na maior parte dos casos, a infecção se resolve espontaneamente até seis meses após os primeiros sintomas, sendo considerada de curta duração. Essa resolução é evidenciada pela presença de anticorpos chamados anti-Hbs.
Contudo, algumas infecções permanecem após esse período, mantendo a presença do marcador HBsAg no sangue. Nesses casos, a infecção é considerada crônica. De maneira geral, o risco de a infeção tornar-se crônica depende da idade do indivíduo.
As crianças, por exemplo, têm maior chance de desenvolver a forma crônica:2
Por essa razão, é extremamente importante realizar a testagem de gestantes durante o pré-natal e, caso necessário, realizar a profilaxia para a prevenção da transmissão vertical.
Mas, então, como ocorre a transmissão da hepatite B? Veja algumas das principais formas a seguir.
Todas as hepatites são infecções hepáticas causadas por vírus diferentes. Embora cada um possa causar sintomas semelhantes, eles se espalham e podem afetar o fígado de maneira variada.10
Como já estamos falando sobre a hepatite B, neste momento iremos focar nas demais para que você entenda as principais diferenças. Confira.9,10
É importante destacar que, em alguns casos, as hepatites B e C podem se tornar crônicas, levando a complicações graves, como cirrose hepática e câncer de fígado. Portanto, é fundamental procurar orientação médica para diagnóstico, tratamento e prevenção.
Em áreas altamente endêmicas, a hepatite B é mais comumente transmitida da mãe para o filho no momento do nascimento (transmissão perinatal) ou por meio de transmissão horizontal (exposição a sangue infectado), especialmente de uma criança infectada para uma não infectada durante os primeiros cinco anos de vida.3
Conforme mencionado, o desenvolvimento de infecção crônica é comum em bebês infectados por suas mães ou antes dos cinco anos de idade.
Além disso, a hepatite B pode ser transmitida por lesões com agulhas, tatuagens, piercings e exposição a sangue e fluidos corporais infectados, como saliva e fluidos menstruais, vaginais e seminais.2,3
Também pode ocorrer pelo reuso de agulhas e seringas contaminadas ou objetos pontiagudos, seja em ambientes de cuidados de saúde, na comunidade ou entre pessoas que injetam drogas.3
De maneira geral, a transmissão sexual é mais prevalente em pessoas não vacinadas com múltiplos parceiros sexuais.3
Portanto, de maneira resumida, as principais formas de transmissão são:2
Os sintomas da hepatite B aguda variam de leves a graves. Eles geralmente aparecem cerca de 1 a 4 meses após a infecção. Contudo, algumas pessoas, principalmente crianças pequenas, podem não apresentá-los.4
Confira agora os principais sintomas da hepatite B.
A fadiga associada à hepatite B é uma manifestação comum e pode ser significativa, afetando a qualidade de vida dos indivíduos afetados.2 Afinal, a sensação persistente de cansaço pode ser debilitante e interferir nas atividades diárias normais.
Quando relacionada à hepatite B, muitas vezes não melhora com o repouso e pode persistir ao longo do tempo.4 Ainda assim, o gerenciamento da fadiga geralmente envolve descanso adequado, atividade física leve e, em alguns casos, orientação médica para abordar possíveis complicações.
A dor abdominal na hepatite B é frequentemente descrita como uma sensação de pressão ou desconforto no lado direito do abdômen, onde o fígado está localizado. Normalmente ocorre porque o vírus da hepatite B pode causar inflamação no fígado, levando à distensão da cápsula hepática e, consequentemente, à dor.2,5
A gravidade da dor pode variar de pessoa para pessoa, assim como ao longo do curso da infecção.
Em algumas situações, é possível tratar o sintoma com medicamentos antiespasmódicos, mas idealmente deve ser recomendado por um médico.5
Alterações na cor da urina e das fezes são sinais reveladores de disfunção hepática associada à hepatite B.2,3
A urina escura, muitas vezes de cor amarelo-escuro, resulta da presença elevada de bilirrubina, indicando dificuldades na excreção adequada desse pigmento pelo fígado.6
Por outro lado, as fezes de cor clara são um reflexo da diminuição na produção e liberação de bile, que normalmente confere cor às fezes. Esses sintomas são indicativos de comprometimento da função hepática e podem servir como marcadores importantes para diagnóstico e acompanhamento.6
A febre é uma resposta comum do corpo a infecções, indicando uma reação imunológica à presença do vírus da hepatite B. Associada a esse sintoma, a perda de apetite é outra característica marcante.5
A diminuição do desejo de comer pode levar a uma perda de peso significativa ao longo do tempo. Já o mal-estar geral, que inclui sintomas de desconforto, contribui para a sensação geral de indisposição.
Esses sintomas sistêmicos são reflexos da resposta do corpo à infecção viral e podem variar em intensidade de acordo com a gravidade da hepatite B.5,7
A presença do vírus pode levar a uma resposta do sistema imunológico que afeta negativamente a função do fígado, contribuindo para a sensação de náusea.5
Já o vômito pode ser uma resposta à náusea persistente e à irritação gastrointestinal causada pela inflamação hepática.
É importante atentar-se a esse sintoma, uma vez que o vômito frequente pode levar à desidratação, e, portanto, a reposição adequada de líquidos é fundamental.
Algumas pessoas com hepatite B experimentam dores nas articulações, um sintoma adicional que pode afetar a qualidade de vida. Podem variar em intensidade e localização, e o manejo adequado pode envolver medidas para aliviar a inflamação e o desconforto.7
A icterícia é um sintoma característico da hepatite B, resultante do acúmulo de bilirrubina no sangue. Esse acúmulo leva a uma coloração amarelada da pele e dos olhos, sendo um sinal externo visível da disfunção hepática.8
Quando ocorre a icterícia na hepatite B, geralmente indica um estágio mais avançado da infecção. Portanto, o monitoramento da condição é crucial para avaliar a progressão da doença e pode orientar intervenções médicas para evitar complicações hepáticas em longo prazo.
Vale lembrar, ainda, que muitas pessoas não chegam a ter nenhum sintoma, passando décadas até que a doença seja descoberta em exames de rotinas. A ausência de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico precoce da infecção.2
A hepatite aguda geralmente tem resolução espontânea, mas pode causar insuficiência hepática fulminante dependendo da etiologia.9
Já a hepatite crônica pode causar danos mais profundos, que incluem:10
Vale lembrar, também, que quando não é tratada da maneira adequada, pode causar complicações na gravidez, uma vez que pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto. Isso pode resultar em complicações para o recém-nascido, incluindo hepatite B crônica.10
Ainda assim, é importante destacar que nem todas as pessoas com hepatite B desenvolvem complicações, e muitas podem se recuperar completamente com o tratamento adequado.
A vacina pode prevenir que a doença aconteça, mas a hepatite B não tem cura. Os tratamentos podem variar de acordo com a situação e a gravidade dos sintomas. Veja mais a seguir.
Não há medicamentos disponíveis para o tratamento da hepatite B aguda. Para pessoas com sintomas leves, os profissionais de saúde geralmente recomendam repouso, nutrição adequada e ingestão de líquidos.
Isso porque, de maneira geral, caso o quadro seja agudo, a infecção se resolve espontaneamente até seis meses após os primeiros sintomas. Logo é considerada de curta duração.10
Atualmente, existem vários medicamentos aprovados para tratar pessoas com hepatite B crônica, e novos estão em desenvolvimento. No entanto, nem todas as pessoas com a condição precisam deles, uma vez que podem causar efeitos colaterais em alguns pacientes.10
Além disso, é importante lembrar que aqueles que iniciam o tratamento para hepatite B podem precisar tomar medicamentos indefinidamente, uma vez que não levam à cura.
Todas as gestantes devem realizar exame para hepatite B, pois, caso a mãe seja portadora, o recém-nascido deve receber a profilaxia (vacina e imunoglobulina hepatite B anti-HBS), evitando que o bebê seja infectado.
Para isso, o médico deve administrar essa combinação dentro de 12 horas após o nascimento para protegê-lo contra a infecção.10
Pessoas com hepatite B crônica devem estar sob os cuidados de um especialista que possa monitorar regularmente a função hepática.
Entretanto, podemos ressaltar alguns cuidados interessantes, principalmente para aquelas que foram diagnosticadas recentemente. Esses indivíduos devem:10
O exame para hepatite B é realizado por meio da coleta de uma pequena amostra de sangue, recolhido do braço. Já no laboratório, o sangue passa por testes sorológicos, identificando ou não os marcadores para a doença.2
O exame para a detecção da doença é realizado, então, para buscar dois marcadores da hepatite B no sangue: o HBsAg e o Anti-Hbs.
A existência do primeiro indica a presença do vírus no corpo do paciente naquele momento. Nesse caso, ele deverá receber acompanhamento médico adequado.
Abaixo estão alguns dos marcadores comuns usados para avaliar a hepatite B em exames de sangue e seus valores de referência típicos.12
O HBsAg pode ser detectado entre a primeira e a décima semana após a exposição ao vírus. Ele persiste durante a fase aguda e desaparece tardiamente no período de convalescência. Contudo, a persistência do HBsAg após 6 meses indica que o paciente é crônico.12
É um exame que detecta uma proteína chamada de antígeno (por isso o “Ag”), proveniente do vírus da hepatite B (HVB). Indica que o vírus está no sangue destes pacientes, e que ele está se replicando ativamente. Estes pacientes podem transmitir a doença.13
Lembre-se de que esses valores são fornecidos apenas como referência geral e podem variar.
O diagnóstico e a interpretação dos resultados devem ser realizados por um profissional de saúde com base no histórico clínico do paciente e em outros testes relevantes.
Como mencionado, o Anti-HBs demonstra a imunização contra a doença, seja por ter tido a hepatite B aguda no passado ou por meio de vacinação.13
Então, a pessoa que possui esse marcador não precisa se preocupar. Afinal, não é possível contaminar outros indivíduos, ao mesmo tempo que significa que o tratamento já foi feito.13
Portanto, outros marcadores de hepatite B descobertos durante o exame (caso haja a infecção) podem ser usados para melhor entendimento da evolução do quadro.
A principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina. Ela é disponibilizada pelo SUS e pode ser tomada por todas as pessoas não vacinadas, independentemente da idade.2
Para facilitar o processo, é interessante que você peça para o seu médico fazer a indicação da vacina.
Pode ser apresentada de diferentes maneiras, dependendo do público. Por exemplo:2,14
Apesar da vacina de hepatite B ser uma das maneiras mais importantes de prevenção, outros cuidados podem ser adicionados para promover uma melhor qualidade de vida, sem que você pegue e transmita a doença para outras pessoas.
Para reduzir o risco de contrair ou transmitir hepatite B, é importante:
Atualmente, já há estudos de segurança que mostram que em adultos com hepatopatias (ou seja, doenças no fígado), as doses recomendadas em bula de paracetamol são bem toleradas.15
Contudo, nenhum fármaco deve ser tomado por pessoas que desconfiam ou já têm o diagnóstico confirmado de hepatite B. Isso porque os indivíduos com doenças hepáticas podem ter uma capacidade reduzida de metabolizar medicamentos, o que pode afetar a escolha e a dosagem apropriadas.
Portanto, a automedicação, especialmente em casos de condições médicas crônicas como a hepatite B, pode ser perigosa.
Um médico pode avaliar a situação de saúde do paciente e recomendar o tratamento mais adequado, ajustando a escolha e a dosagem dos medicamentos conforme necessário.
Sendo assim, pergunte para o profissional da saúde se você pode tomar Buscopan, especialmente para o desconforto e dor abdominal.
Por exemplo, o Buscoduo possui uma associação de dois princípios ativos de comprovada ação terapêutica: o paracetamol, analgésico, e o butilbrometo de escopolamina, espasmolítico. É indicado para dores moderadas e recomendado apenas para uso adulto.
Em caso de suspeitas de hepatite B, faça os exames, tome a vacina e consulte o seu médico a respeito das medicações para alívio dos sintomas e melhores tratamentos. Cuide-se!
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