Como fazer uma reeducação alimentar sem sofrimento?
De acordo com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas. Dentre elas, 650 milhões são adultas, 340 milhões, adolescentes e 39 milhões, crianças.
E o número continua aumentando, o que nos desperta para a necessidade de ampliar o conhecimento sobre a importância de uma reeducação alimentar.
Isso porque o excesso de peso se torna, a cada ano, um problema generalizado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2025, aproximadamente 167 milhões de pessoas – adultos e crianças – fiquem menos saudáveis por estarem acima do peso ou obesas.
Diante de um cenário como esse, precisamos dedicar atenção aos nossos hábitos e costumes, compreendendo a relação que construímos diariamente com a alimentação.
Mas, afinal, como encontrar o equilíbrio entre nossas emoções e aquilo que ingerimos? A resposta está na reeducação alimentar, tema do artigo que você lê agora.
O que é reeducação alimentar?
Reeducação alimentar é um caminho para ressignificar a sua relação com a alimentação. O processo tem, como objetivo, entender por que você não consegue adotar boas práticas alimentares (como comer regularmente ou incluir verduras e legumes no cardápio).3
Com a ajuda de um profissional, é possível descobrir o que faz com que você não dê continuidade às orientações de comer saudável, abordando questões como a ansiedade e a elevada cobrança social.3
Entendendo que todos esses fatores influenciam diretamente as escolhas que fazemos, a reeducação alimentar leva o paciente a entender os fatores relacionados à sua fome, e como melhorar este comportamento para ter mais saúde.3
Qual a diferença entre dieta e reeducação alimentar?
A principal diferença entre dieta e reeducação alimentar diz respeito à perenidade dos processos. Em geral, quando você começa uma dieta ou regime, há a implicação de que, em algum momento, esse processo será finalizado.4
Além disso, dietas adotam diferentes metodologias para o emagrecimento, desde aquelas com elevado teor de proteínas, baixo teor de gorduras, das dietas das fibras ou de um só alimento4 até refeições exclusivamente compostas por líquidos.
Tais processos são custosos e, em muitos casos, podem ser perigosos para a saúde de quem os coloca em prática.
Em contrapartida, a reeducação alimentar defende o hábito da alimentação equilibrada e composta, sobretudo, por alimentos naturais, pobres em gorduras e açúcar. Dessa forma, a intenção é que as pessoas consigam perder peso sem grandes esforços, incluindo padrões saudáveis de alimentação ao longo de toda a vida.4
Como começar uma reeducação alimentar?
Para entender como dar início a uma reeducação alimentar, é importante compreender as 3 dimensões na temática da educação nutricional 5:
- motivacional: nesta dimensão, o objetivo é se conscientizar e motivar sobre a importância de uma alimentação saudável e equilibrada;
- ação: aqui, é o momento de estabelecer metas e desenvolver habilidades de autorregulação para colocar em prática os novos hábitos;
- ambiental: neste ponto, é hora de conhecer, compreender e utilizar as políticas disponíveis para viabilizar os novos hábitos alimentares.
A ideia é que, antes de iniciar a reeducação alimentar, você se conscientize sobre cada uma das três dimensões do processo e as use em seu favor.
O que comer na reeducação alimentar?
Agora você já sabe o que é e como funciona o processo de ressignificação da sua relação com as refeições. Mas como fazer uma reeducação alimentar na prática?
Com base no Guia Alimentar do Ministério da Saúde, apresentamos 5 dicas de reeducação alimentar para começar a praticar agora mesmo. Confira!
1. Baseie sua alimentação em ingredientes in natura ou minimamente processados6
Dê preferência a alimentos in natura (como frutas, legumes, verduras, raízes, tubérculos e ovos) ou minimamente processados (como arroz, feijão, leite e carne). Eles são a base de uma alimentação nutricionalmente balanceada e saborosa.
Confira, abaixo, a lista de alimentos in natura e minimamente processados indicada pelo Ministério da Saúde:
(Fonte: Guia Alimentar. Acesso em dezembro de 2022)
2. Limite o uso de alimentos processados6
Alimentos processados, em geral, contam com ingredientes e métodos de preparo que alteram sua composição nutricional.
Embora muitos alimentos processados mantenham a essência e a maioria dsas características do alimento do qual deriva, os ingredientes e os métodos de processamento utilizados na fabricação alteram de modo desfavorável a composição nutricional.
A adição de sal ou açúcar, em geral em quantidades muito superiores às usadas em preparações culinárias, transforma o alimento original em fonte de nutrientes cujo consumo excessivo está associado a doenças do coração, obesidade e outras doenças crônicas.
3. Evite alimentos ultraprocessados6
Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados – como biscoitos recheados, “salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão instantâneo” – são nutricionalmente contraindicados.
Entretanto, por serem saborosos e apresentados, em geral, de forma atrativa (em embalagens coloridas ou por preços baixos), eles fazem parte da dieta de muitas pessoas.
Em muitos casos, os ultraprocessados substituem os alimentos in natura nas refeições, prejudicando o consumo balanceado de nutrientes e gerando impactos negativos na saúde.
4. Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades6
Óleos, gorduras, sal e açúcar contribuem para tornar a alimentação (sobretudo aquela baseada em ingredientes naturais) mais diversa e saborosa.
Se utilizados com moderação, os ingredientes favorecem a degustação das refeições sem prejudicar seu balanceamento nutricional.
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- 1. IQVIA PMB MAT JAN/22
- 2. Bula do Produto Buscopan
Sobre o autor
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1. Matos SMR de, Ferreira JC de S. Estresse e comportamento alimentar. Research, Society and Development. 2021 Jun 21;10(7):e26210716726.
4. Santos LA da S. Da dieta à reeducação alimentar: algumas notas sobre o comer contemporâneo a partir dos programas de emagrecimento na Internet. Physis: Revista de Saúde Coletiva. 2010;20(2):459–74.