Parkinson e intestino: qual a relação? O que a ciência já sabe?
Talvez você já tenha ouvido falar que "o intestino é o nosso segundo cérebro"? Cada vez mais, evidências têm mostrado que essa conexão é verdadeira.1
Contudo, estudos recentes vão além e mostram indícios da ligação entre Parkinson e o intestino.2 A ideia é que, ao compreender melhor os problemas intestinais, seja possível promover um tratamento precoce para a doença.
Mas como, exatamente, o conjunto de microrganismos do trato intestinal pode influenciar o desenvolvimento de Parkinson, uma doença neurológica? Quais evidências temos disso e o que podemos esperar dessas pesquisas?
Acompanhe a leitura para saber mais sobre o assunto!
Qual é a relação entre o Mal de Parkinson e os intestinos?
Tradicionalmente, a doença de Parkinson tem sido caracterizada como um distúrbio neurodegenerativo progressivo causado pela perda de dopamina (neurotransmissor responsável por levar informações do cérebro para as várias partes do corpo).4
Essa perda neuronal leva ao parkinsonismo5, com uma série de sintomas motores, como rigidez muscular, lentidão, tremores e dificuldade em controlar o movimento.4
Ao mesmo tempo, os artigos publicados por pesquisadores brasileiros mostram que a microbiota intestinal influencia o neurodesenvolvimento, modula o comportamento e contribui para distúrbios neurodegenerativos.3,4
Então, o que mais podemos entender dessa relação entre eles? A verdade é que um dos sintomas do Parkinson é a constipação intestinal. Isso ocorre por conta do comprometimento autonômico, por conta da lesão dos neurônios.12
Contudo, o que a maioria dos estudos buscam entender agora é a relação de causalidade entre o sistema digestivo e a doença de Parkinson. Veja alguns dos principais pontos levantados.
Alfa-sinucleína
Alfa-sinucleína (α-sinucleína ou αSyn) é uma proteína encontrada principalmente no cérebro humano e que desempenha um papel importante no funcionamento normal das células nervosas.8
No entanto, a alfa-sinucleína também está associada a distúrbios neurodegenerativos, como a doença de Parkinson e a demência de corpos de Lewy.8
Em artigos recentes, relatou-se a descoberta de uma maior abundância de Akkermansia muciniphila (uma bactéria intestinal) em amostras fecais nos pacientes com a doença de Parkinson, de maneira consistente.4
A questão, então, é se a bactéria A. muciniphila poderia iniciar a agregação da alfa-sinucleína nas células e, a partir disso, migrar para terminações nervosas periféricas do sistema nervoso entérico.7
Ou seja, se a bactéria presente no intestino poderia agregar às células do intestino a proteína que é associada ao Parkinson, sendo uma possível causa para o desenvolvimento da doença.
Disbiose intestinal
A disbiose é o termo usado para caracterizar um desequilíbrio da flora intestinal. Ou seja, quando o ecossistema de microrganismos que vive no intestino sofre alterações.6 Para identificar essa questão, é necessário atentar-se aos sintomas, que podem incluir:6
- diarreia;
- prisão de ventre;
- distensão abdominal;
- alterações constantes de humor, etc.
Em entrevista, um dos autores do artigo que cita a relação da doença de Parkinson e intestino conta que "a descoberta mostra que a disbiose intestinal pode levar ao aumento de espécies de bactérias que contribuem para uma agregação da proteína alfa-sinucleína nos intestinos". Aquelas bactérias que falamos anteriormente, lembra?
E que, eventualmente, elas podem migrar para o sistema nervoso central, configurando, portanto, um possível mecanismo de surgimento de Parkinson esporádica.
Distúrbios no intestino podem ser primeiros sintomas de Parkinson
Estudos recentes demonstraram que pacientes com Parkinson que não recebem tratamento medicamentoso relatam, com frequência, queixas gastrointestinais.3
Entre elas, as principais são: prisão de ventre, náuseas e tempo de trânsito intestinal prolongado. Tudo isso acontece anos antes de a doença ser diagnosticada.
O que poderia entender-se disso é que, como o diagnóstico de Parkinson ocorre tardiamente, é possível que a condição se origine muito mais cedo no sistema nervoso. Afinal, essa é uma doença degenerativa, que piora com o passar do tempo.2
Dentre várias questões, uma das teses é que a cascata de reações pode começar nos intestinos e subir para o cérebro. Inclusive, pessoas com predisposição para o Parkinson esporádica podem apresentar, muitos anos antes, quadros recorrentes de constipação intestinal.3
Função da barreira intestinal
A barreira intestinal refere-se à capacidade do intestino de regular a passagem de substâncias entre a corrente sanguínea e o trato gastrointestinal. Uma barreira saudável é crucial para prevenir a entrada de toxinas e substâncias nocivas no corpo.9,10
Contudo, em uma pesquisa notou-se que a falta prolongada de fibras alimentares induz danos à barreira mucosa e está diretamente associada ao aumento da abundância de A. muciniphila.
Isto aproximaria as bactérias intestinais do epitélio intestinal, o que poderia desequilibrar a dinâmica do local.3 Atrelado ao que já sabemos sobre essa bactéria, poderia ser mais um indicativo da relação entre Parkinson e problemas intestinais.3
Inflamação
Quando a disbiose não é tratada, pode aumentar o risco de problemas mais sérios, como doenças inflamatórias, síndrome do intestino irritável, obesidade, câncer, problemas cardiovasculares e doenças autoimunes.6
Além disso, estudos sugerem que a desregulação da função da barreira intestinal está associada à patogênese de várias doenças, nomeadamente doenças inflamatórias do intestino.10
Ou seja, há um grande interesse em entender melhor se a inflamação crônica do trato gastrointestinal e a permeabilidade aumentada da barreira intestinal podem permitir a passagem de substâncias inflamatórias e neurotóxicas para o sistema nervoso central.
E que isso contribuísse para o agravamento ou até mesmo o desenvolvimento dos sintomas da doença de Parkinson.10
O que a ciência já tem certeza sobre Parkinson e os intestinos?
Há inúmeros estudos sobre o tema Parkinson e intestino, analisando suas relações, especialmente pela importância que têm para garantir uma melhor qualidade de vida para as pessoas, uma vez que é uma doença degenerativa que não tem cura.2
O que pode-se afirmar é que há evidências de que existe uma conexão entre o cérebro e o sistema digestivo,2 mas não podemos confirmar a causa entre disfunções gastrointestinais e a doença de Parkinson.
Alguns pesquisadores afirmam que as descobertas feitas por esses últimos artigos dão mais relevância à hipótese de que problemas intestinais podem ser um sinal precoce da doença. Ao mesmo tempo, são necessárias mais pesquisas para entender essa relação e, principalmente, como isso pode ajudar os pacientes.2
Conclusão
Não podemos negar a importância de estudos como esses, que associam a doença de Parkinson e intestino, por mais que ainda esteja em investigação. O importante é estar cada vez mais perto de evidências que possam proporcionar mais conforto e bem-estar para quem tem essa condição.
Vale lembrar que, mesmo em outros cenários, o desequilíbrio intestinal pode causar inúmeros desconfortos e dores, desde uma constipação até distúrbios gastrointestinais.
Caso tenha incômodos frequentes e dores crônicas, é essencial procurar uma opinião médica para garantir que os melhores cuidados estejam sendo tomados, inclusive evitando que maiores problemas apareçam.
E como a maioria desses distúrbios causa dores ou desconfortos, além de ruídos, cólicas, distensão ou inchaço na barriga, é comum utilizar antiespasmódicos para aliviar esses sintomas.11 Ainda assim, é importante procurar uma opinião médica.
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Dessa forma, os pacientes com problemas no intestino obtêm o conforto desejado, especialmente em momentos de crise. Para isso, siga a prescrição definida pelo médico para uso seguro do medicamento.
Sobre o autor
Buscopan
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